População protesta contra o GP de Fórmula 1 em Madri

Para a temporada de 2026, a Fórmula 1 promoveu algumas mudanças no calendário, incluindo alterações nos locais das corridas sprint. Entre as novidades, o tradicional GP da Emília-Romanha foi removido para dar lugar a uma segunda etapa na Espanha, desta vez em Madri.

Batizada de Madring, a prova não será disputada em um autódromo, mas sim em um circuito de rua. Isso significa que diversas áreas da cidade precisarão ser interditadas para a montagem da pista, dos boxes e das arquibancadas. O modelo é semelhante ao de outros circuitos urbanos, como o de Las Vegas, onde a principal avenida da cidade é fechada, causando grandes transtornos no trânsito local.

Apesar de Carlos Sainz, piloto madrilenho anunciado como embaixador oficial do GP, estar diretamente associado ao evento, a população não recebeu a notícia com entusiasmo. Pelo contrário: surgiu um grupo de oposição chamado Stop Formula 1 Madrid (“Pare com a Fórmula 1 em Madri”), que passou a organizar protestos contra a realização da corrida.

Os manifestantes gritavam frases como “o nosso bairro não é uma pista de corrida” e “poucos terão benefícios, todos os outros lidarão com perdas”. Eles também relembraram o caso do GP de Valência, outro circuito de rua realizado entre 2008 e 2012, que deveria permanecer no calendário da Fórmula 1 por sete anos, mas teve seu contrato encerrado prematuramente. O projeto deixou uma dívida de aproximadamente £255 milhões (R$ 1,85 bilhão) para a cidade, o que reforça ainda mais a rejeição da população de Madri ao novo evento.

O traçado original do circuito conta com 5,4 km de extensão, 22 curvas e 57 voltas, passando por áreas importantes da cidade, como o Centro de Conferências IFEMA e o setor bancário da capital. Além disso, o Madring também sediará as corridas de Fórmula 2 e Fórmula 3.

O GP de Madri está previsto para os dias 11 a 13 de setembro de 2026. Os ingressos ainda não têm data oficial de venda, mas já é possível se inscrever em uma lista de espera.