Andrea Stella admite que McLaren busca resolver problema de pitstops longos

O GP do Azerbaijão marcou o décimo sexto pitstop lento da McLaren, sendo que três desses dezesseis ocorreram em três finais de semana de corrida consecutivos. Desde o GP do Canadá, em junho, a equipe de pit da McLaren só realizou um pitstop rápido no carro de Lando Norris, durante o GP da Hungria, em agosto. No entanto, após o fim das férias de verão e o início da segunda metade da temporada, a equipe voltou a registrar pitstops lentos. 

O problema dos pitstops lentos acompanha a McLaren ao longo de toda a temporada, mas tem impactado Lando Norris mais severamente do que Oscar Piastri. Considerando que um pitstop ruim dura entre 3,5 e 4 segundos e um pitstop desastroso ultrapassa 4 segundos, Piastri acumulou oito pitstops ruins e dois desastrosos, sendo o mais crítico em Silverstone: um pitstop de 4,5 segundos somado a uma penalização de 10 segundos, que impactou diretamente seu resultado.

Lando Norris, por sua vez, contabilizou um pitstop ruim e cinco desastrosos. Alguns desses afetaram diretamente seus resultados, como em Monza (5,9 segundos) e no GP do Azerbaijão (4,1 segundos), enquanto outros, apesar de lentos, não prejudicaram a posição final devido às circunstâncias da corrida.

Gráfico de tempo de todos os pitstops realizados pela McLaren na temporada de 2025 em ambos seus pilotos. Piastri não tem tempo marcado de pitstop em Baku por não ter completado a corrida inteira. 

A lentidão recorrente nos pitstops tem se tornado um ponto crítico para a McLaren, influenciando a estratégia de corrida e, em alguns casos, determinando a perda de posições importantes no campeonato.

Os dois momentos críticos que afetaram os resultados foram as duas corridas mais recentes: Monza e Baku. Durante o GP de Monza, ocorreu a polêmica conhecida como Papaya Rules, quando a McLaren fez um pitstop tão lento no carro de Lando Norris que ele perdeu uma posição para seu companheiro de equipe. A equipe então ordenou a inversão das posições em pista, para que Norris e seu colega retornassem aos segundo e terceiro lugares. O episódio gerou grande descontentamento entre os fãs e uma onda de críticas contra os pilotos, que não receberam o apoio necessário da equipe para lidar com a situação.

E agora, mais uma vez, Norris pagou o preço por um erro da equipe, desta vez em Baku. Durante a corrida, ele foi instruído a manter-se dentro da zona de tempo para realizar um undercut em Yuki Tsunoda, piloto à sua frente, de modo que, ao entrar no box para trocar pneus, voltasse à frente do rival. Apesar de ter se mantido a apenas dois segundos de Tsunoda, a McLaren realizou um pitstop com cerca de dois segundos a mais do que o tempo médio de parada das demais equipes. Com isso, todo o esforço de Norris foi comprometido: ele voltou atrás de Tsunoda, tendo seu undercut completamente arruinado.

O erro impactou diretamente o resultado da corrida. De acordo com análises de Bernie Ecclestone, ex-CEO da Fórmula 1, e de outros especialistas em telemetria, caso o pitstop tivesse sido executado corretamente, Norris teria saído do box em P5, ainda com chances de avançar para posições mais altas. Porém, devido à falha desastrosa, ele passou o restante da corrida preso em um trenzinho de DRS, liderado por Liam Lawson, que empurrava Tsunoda, que por sua vez se recusava a ultrapassá-lo, mantendo Norris atrás de si e com Lewis Hamilton preso em seu próprio DRS.

Logo após a corrida, Andrea Stella, chefe de equipe da McLaren, deu entrevistas minimizando o impacto do pitstop:

Eu não tenho certeza, olhando para trás. Certamente, o pitstop lento não ajudou. Teremos que ver se foi decisivo ou não para a posição [...] no final, terminamos na posição que merecíamos, considerando o trabalho que fizemos.

Após novas críticas, a McLaren ajustou sua comunicação. Stella afirmou à Motorsport.com que não havia nada que Lando pudesse ter feito de diferente, mesmo sabendo que ele tinha potencial para mais do que o sétimo lugar em que terminou, e completou:

Se é que alguma responsabilidade existe, a de tentar extrair mais pontos provavelmente recai mais sobre a equipe. Porque com um pitstop rápido, poderíamos ter dado a Lando a oportunidade de atacar Lawson.

Finalmente, Stella admitiu que algo de errado realmente acontece nos pitstops, possivelmente relacionado ao hardware. Recentemente, os atrasos parecem ocorrer sempre no mesmo lado do carro, na parte dianteira:

Estamos trabalhando para melhorar os nossos pitstops, tanto em termos de execução quanto em termos do nosso hardware. Ainda existem algumas interações entre o operador e o hardware que precisam ser aprimoradas.